segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cabelos e religião



"Cabelos e religião estão intrinsecamente ligados. As leis suntuárias da igreja regulamentavam a maneira como as pessoas deveriam usá-los e cortá-los, para restringir determinados modismos. Os cabelos seriam detentores da essência vital; acredita-se que podem conservar suas virtudes espirituais e representam os poderes do ser humano como a força e a virilidade.  Ao cortar ou raspá-los, sentenciam a renúncia e o despojamento (como fazem os budistas).  Conheça abaixo o significado da cabeleira segundo religiões:
- As evangélicas não cortam os cabelos em respeito a citação de Paulo em Coríntios 11,15: "Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu".
- As judias, no período de luto, não cuidavam dos seus cabelos; algumas os raspavam e até o arrancavam.
- Os nazarenos recebiam ordens para deixar cabelos e barba, sem conhecer a navalha. Jesus e os apóstolos são representados com cabelos e barbas longas; o mesmo acontecia com os eremitas, mas se entrassem em uma ordem religiosa eram tonsurados.
- Na antiguidade, os cabelos da mulher indicavam sinais de disponibilidade, desejo e entrega, e presos, a reserva. Quem os deixavam soltos eram as pecadoras ou as suspeitas de adultério; Maria Madalena é retratada desta forma, e chega a enxugar os pés de Jesus com eles.
- Até o século XIX, cortar os cabelos era uma falta grave, visto como desobediência e punição (recordemos de Joana D'arc). A mulher não poderia entrar na igreja, e na morte não teria a sepultura religiosa. Até 1970 ela era proibida de entrar na igreja sem um véu sobre seus cabelos.
- Sansão liderou os israelitas contra os filisteus e era dotado de uma força espetacular. Chegou a dizimar exércitos inteiros já que era invencível. Porém, se apaixonou por Dalila, que era do povo filisteu. Ela, sabendo que sua força provinha dos cabelos de Sansão, tratou de cortá-los. Sem forças, ele foi cegado por seus inimigos e morto, sem antes ter de volta os seus poderes e destruí-los
Os cabelos dos reis jamais poderiam ser cortados; quem os colocou no trono foi Deus, cuja força divina também estaria contida nos cabelos.
 - Suspendia-se o corte dos cabelos durante as guerras em sinal de voto e penitência. Os cavaleiros usavam cabelos compridos em sinal de nobreza e devoção a Virgem Maria. O corte dos cabelos dos adolescentes era acompanhado de preces.
-Lavá-los não era recomendado e só o faziam 2, 3 vezes ao ano; acreditava-se que o demônio poderia apoderar-se do corpo quando estivesse nu.
-Usava-se o estrígil, uma ferramenta de ferro para raspar e retirar a sujeira do couro e do corpo.
Os cabelos longos eram uma qualidade régia e simbolizavam a proteção dos deuses nórdicos. Quem era independente tinha longos cabelos. Eles penteavam, trançavam e descoloriam para chegar à mesma tonalidade dos cabelos dos deuses.
No Japão, em Kioto, existe um templo budista chamado Higashi Honganji, construído em 1880. Para erguê-lo, foram utilizadas grandes toras de madeira. Porém, as cordas se rompiam devido ao peso; as devotas do Japão cortaram seus cabelos para produzirem cordas mais resistentes e assim, o templo foi erguido. Ao todo são 53 cordas, cada uma medindo entre 75 a 80 metros, com peso de 1 tonelada.
Na China, cabelos soltos eram sinônimos de luto e de submissão; quanto mais desgrenhado, maior a tristeza da perda. Ter os cabelos cortados rente ao couro era uma espécie de mutilação, além de afastar as chuvas, segundo crença local.
No Vietnã não se jogam fora os cabelos, mesmo aqueles arrancados no pente, pois acreditam que estes influenciam magicamente seu proprietário.
Buda deu início a sua vida de mendicância depois que raspou os cabelos; por isso os budistas até hoje, raspam os fios em sinal de menosprezo a vida. Curiosamente, usa-se um método divinatório – divinação capilar – na China e no Vietnã
O penteado era revestido de extrema importância; somente reis e rainhas podiam ter cabelos longos que indicam as insígnias do poder e da proteção de Deus. No século XVII e XVIII propagou-se o uso de perucas, que eram carregadas de farinha de trigo
Uma trança grossa e única indicava a virgindade e, após o casamento, a mulher usava duas tranças ou os escondia em uma touca. Era costume não penteá-los um dia antes das provas escolares, pois se acreditava que era possível esquecer o conteúdo das matérias
A história nos permite dizer que foram os gregos os criadores de salões de beleza, que ficavam ao ar livre onde também tratavam de amenidades. Cortar ou raspar os cabelos (ou a barba) era marca de infâmia, escravidão e servidão, já que os deuses tinham amplos cabelos.
Foram encontrados nas tumbas e sarcófagos egípcios, pentes feitos de ossos e outros mais sofisticados, adornados com pedras preciosas, verdadeiros tesouros arqueológicos.
O crescimento dos cabelos estava associado à relva e as plantas alimentícias. Por isso, as egípcias cuidavam deles como símbolo de carinho humano e providência divina, já que Ísis, a deusa mais respeitada do panteão egípcio, tinha vastos cabelos. As mulheres apreciavam a farta cabeleira, tratavam com cuidado e não poupavam despesas. No Egito, apenas os sacerdotes ascetas poderiam raspar os cabelos."

fonte: internet, não consigo achar mais.

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